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A  minha vida no Douro ou o Douro da minha vida

Por Joana van Zeller

O círculo da Vida

Por Joana van Zeller

30 Novembro, 2024

Nasci numa família onde o vinho, por boas e más razões, foi sempre o lema por detrás de todas as decisões. E desde muito cedo percebi que este lema tácito iria em breve tornar-se o meu próprio lema.
Posso também desenhar o meu círculo de vida ao fazer uma correspondência entre os diferentes tipos de vinho do Porto e a minha própria vida.
A minha infância e o início da adolescência foram os meus anos Tawny. À volta da mesa da minha casa de família, no Douro, os únicos Vinhos do Porto que circulavam eram os Tawnies com rótulos quase ilegíveis produzidos na propriedade ou oferecidos por amigos ou familiares.

Naquela altura a vida andava à volta do calendário das vinhas. Setembro para a vindima e as férias da Páscoa para ver a “novidade”, ou melhor, a previsão do que ia ser a produção desse ano… e estes períodos no Douro foram os pontos altos da minha infância. O meu pai era filho único, não tinha primos, mas havia muitos par entes que também passavam férias no Douro e que vinham brincar comigo e com as minhas irmãs.
Mas, no meu dia a dia, acompanhava o meu avô a todos os sítios onde ele ia – às vinhas, à adega, ou à Régua para comprar um gelado depois de ter tratado de toda a burocracia na Casa do Douro.

Nessa altura, as uvas eram vendidas à  Graham’s  e, em cada vindima, os Graham’s  ou os seus representantes vinham almoçar e ver como estava o vinho. A minha avó, embora nascida em Portugal, era 100 % estrangeira em termos culturais. Metade francesa, metade russa e, por isso, todo o ambiente era cosmopolita e sofisticado. Algo raro no Vale do Douro, nessa altura, numa família de viticultores portugueses.

Quando casei com o Cristiano, em meados dos anos 80, na Quinta do Noval, só se falava de Portos Vintage. Algo absolutamente novo para mim, que no início não conseguia entender ou apreciar. Demasiado vermelho para ser um Porto, demasiado doce para ser um vinho tinto… um disparate total que rapidamente se tornou um gosto adquirido. Esta foi a minha fase de Porto Vintage.

Continuando o círculo da vida, regressei à Quinta Vale D. Maria em 2006 (uma das propriedades da minha família) que tinha sido arrendada à Graham’s Port desde 1973. O objetivo principal era a produção de tintos DOC Douro de classe mundial e de Portos de qualidade superior.

Fizemos parte de uma revolução silenciosa e de um regresso às raízes – de facto, a produção de vinho do Douro esteve durante séculos centrada na produção de tintos – o Vinho do Porto foi um acidente da Natureza e um dos primeiros produtos de marketing no mundo do vinho. O mercado estava a pedir este vinho naturalmente doce…

E agora estou de volta ao meu início depois de vender a Quinta Vale D. Maria em 2017 – a Van Zellers & Co é principalmente uma empresa de vinho do Porto focada na produção de Portos de alta qualidade. Também temos vinhos tintos e brancos Douro Doc de alta qualidade, Cv-Curriculum Vitae e VZ-Van Zellers & Co, mas a minha principal paixão

E, é sempre o tempo, algo escasso que parece imenso quando se começa o círculo da vida que tem o papel principal. Mas um bom vinho faz sempre a diferença!
 

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